Jardim perdido, a grande maravilha
Pela qual eternamente em mim
A tua face se ergue e brilha
Foi esse teu poder de não ter fim,
Nem tempo, nem lugar e não ter nome.
Sempre me abandonaste à beira duma fome.
As coisas nas tuas linhas oferecidas
Sempre ao meu encontro vieram já perdidas
Em cada um dos teus gestos sonhava
Um caminho de estranhas perspectivas,
E cada flor no vento desdobrava
Um tumulto de danças fugitivas.
Os sons, os gestos, os motivos humanos
Passaram em redor sem te tocar,
E só os deuses vieram habitar
No vazio infinito dos teus planos
Sophia de Mello Breyner Andresen
Olá Maria, belíssimo poema introspectivo de Sophia, a minha poetisa preferida! Beijinhos e os meus votos de um bom fim de semana. Ailime
ResponderEliminarTrès joli j'aime beaucoup !
ResponderEliminarHave a lovely weekend!- Cath.
Belíssimo poema. Há amores que não se deixam conquistar por inteiro. por que não se doam por inteiro.
ResponderEliminarBjs. Quero te desejar um Natal e Ano Novo repletos de paz e alegria.