Paginas

09/05/2013

Divagar por Faro




Este ano fomos passar a Páscoa, na Pousada de Estoi. Estoi é uma pequena aldeia situada entre São Brás de Alportel e Faro. A Pousada situa-se num belíssimo palácio de estilo Rococó datado do século XVIII.

Os lindos salões fazem-nos lembrar as histórias de reis e rainhas, os tempos de outrora ....





Das varandas podemos observar o jardim e a cidade lá ao longe ....




O palácio começou a construído em meados de 1840 e foi inaugurado em 1909, tendo pertencido a José Francisco da Silva, Visconde de Estoi. Os trabalhos de construção foram dirigidos pelo arquitecto Domingos da Silva Meira.






O jardim é encantador, com uma fonte central, várias estátuas, bustos esculpidos em mármore, belos azulejos e vitrais muito coloridos.







Em 1987, foi comprado pela Câmara Municipal de Faro tendo sido classificado Imóvel de Interesse Público em 1977. O Palácio de Estói foi totalmente remodelado pelo Arquitecto Gonçalo Byrne. 









Gostava de ter visitado o patamar inferior do jardim mas infelizmente os portões estavam fechados pois essa área estava em manutenção.




Pequeno mas simpático é o jardim interiror, o jardim do Carrascal.




A Pousada alia uma belissima arquitectura do passado a um design moderno e elegante na área dos quartos e piscina.




Na sexta feira de manhã fomos visitar a cidade de Faro. Esta cidade remonta ao século VIII a.C., ao período da colonização fenícia do Mediterrâneo Ocidental.




O seu nome de então era Ossonoba, sendo um dos mais importantes centros urbanos da região sul de Portugal.




No século XI passa a ser conhecida por Santa Maria Ibn Harun. Em 1249 , depois da conquista por D. Afonso III, dos territórios do sul que se encontravam ocupados pelos Mouros, a cidade passou a designar-se Santa Maria de Faaron ou Santa Maria de Faaram. No séc. XVI a XVII o nome evoluiu para Farom , Faroo e Farão. O nome Faro surgiu no séc. XVIII e permaneceu até aos dias de hoje.




A cidade é fortificada com uma cintura de muralhas. Os muros de defesa de Faro foram construídos pelo príncipe muçulmano Ben Bekr no séc. IX. As duas torres albarrãs, que defendem a entrada do Arco do Repouso, têm origem no reforço das defesas da cidade realizado nos sécs. XII/XIII.




Faro é a capital do Algarve e um destino balnear de eleição, repleta de lojas, esplanadas, bares e restaurantes. Mantém ainda o seu encanto original, nas ruas estreitas onde ainda imperam as varandas e candeeiros em ferro trabalhado, lojas de artesanato local e as antigas e tradicionais caixas do correio.






O seu Centro Histórico corresponde à área mais antiga da cidade constituindo-se pelos núcleos da Vila-Adentro, Mouraria e o Bairro Ribeirinho.




Deixamos o carro no Largo do Carmo, e começamos o nosso passeio apreciando a arquitectura da Igreja do Carmo. Foi fundada pelo bispo D. António Pereira da Silva. A sua construção decorreu entre 1713 e 1719, segundo o projecto de um carmelita de Lisboa. Nos meados do séc. XVIII, o corpo da igreja aumentou e a sua fachada foi destruída, sendo Diogo Tavares o responsável pelo projecto da nova fachada.




No alto da torre uma cegonha admirava a pasisagem ....




Passamos pela Igreja de S. Pedro de arquitectura mais simples, foi erguida na segunda metade do século XVI.




Chegamos à Praça de D. Francisco Gomes.




e eis que mais um ninho de cegonha,  desta vez no candeeiro ...




No jardim, antiga Praça da Rainha, criada no final do séc. XV, um elegante coreto dos finais do séc. XIX, dá ainda mais um toque especial.




Um dos edifícios marcantes da cidade é o edifício do Banco de Portugal que foi construído em 1926, sob a orientação do arquitecto Adães Bermudes.





Ao lado encontra-se a Igreja da Misericórdia . Esta igreja foi construída, por iniciativa do bispo D. Afonso Castelo Branco nos finais do séc. XVI. O terramoto de 1755 provocou grandes estragos, que levaram o bispo D. Francisco Gomes a remodelar a fachada e a construir um novo hospital (1795-1815), segundo projecto do arquitecto italiano Francisco Xavier Fabri.




Na praça, paragem para apreciar o Jardim Manuel Bivar, um espaço simpático e de onde se pode apreciar a doca de Faro e já algumas das paisagens da Ria Formosa.





Lá no alto uma gaivota deixava-se levar ao pelo vento....




No topo da praça D. Francisco Gomes, ergue-se o Arco da Vila um edifício "notável" de Faro, mandado construir pelo Bispo D. Francisco Gomes do Avelar sobre uma das portas medievais das muralhas (Portas da Rainha). É uma obra da responsabilidade do arquitecto genovês Francisco Xavier Fabri, tendo sido inaugurado em 1812.




Ao centro encontra-se um nicho com imagem de São Tomás de Aquino, de origem italiana.




No interior, preserva-se um portal em ferradura das muralhas mouras, único in situ no Algarve. Em obras realizadas em 1992, foi reaberto um portal, em ferradura, que correspondia a uma entrada nas antigas muralhas árabes, constituía a porta da cidade para quem chegava por mar.




A Vila Adentro (Cidade Velha) está em parte rodeada pelo que ainda resta das muralhas do antigo castelo. É um prazer percorrer as suas ruas estreitas, cheias de lindos recantos e muitas vezes ligadas por arcos.





Chegamos ao Largo da Sé. Paragem para visitar a Sé Catedral, também conhecida por Igreja da Sé ou Igreja de Santa Maria. Foi erguida no local de uma igreja do século XIII e de uma antiga mesquita muçulmana.




O interior das três naves, com colunas de ordem toscana, apresenta um dos mais belos e valiosos conjuntos dos sécs. XVII e XVIII no Algarve. Na capela-mor existe um retábulo, com as imagens de Nossa Senhora da Assunção, de São Pedro e de São Paulo,  datado do séc. XVII.





Junto à igreja matriz, foi erguido em 1581 o Paço Episcopal. É um dos melhores exemplares de arquitectura chã do Algarve. Sofreu algumas remodelações após o terramoto de 1755.




Na Praça encontra-se a estátua do Bispo Dom Francisco Gomes de Avelar (1736-1816) grande responsável pelo desenvolvimento de Faro, que contribuíu sob diversas formas para a sua evolução, nomeadamente através da construção de monumentos e outros edifícios de interesse público.





Edifício da Câmara Municipal.




E lá no alto observando o que se passa .... as cegonhas






Descemos uma pequena rua e fomos ter à Porta Nova um arco integrado nas muralhas datado do século XVI e que dá passagem para o cais.




Seguimos até à Praça D. Afonso III, aqui se encontra a estátua deste rei.




A beleza e  arte dos candeeiros.





Seguimos para a Rua do Repouso onde se encontra a Ermida de Nossa Senhora do Repouso. Foi construída no séc. XVIII, no interior de um dos arcos árabes das muralhas, com o patrocínio da Rainha D. Mariana, de forma a acolher a imagem de Nossa Senhora do Repouso. Tem no seu interior um retábulo de madeira.




O Jardim do Largo de São Francisco, fica do lado de fora das muralhas e é um espaço agradável, com muitas árvores e bancos de jardim.




O castelo de Faro terá sido construído a partir de 1249, no contexto da Reconquista cristianismo da península Ibérica, sobre a alcáçova muçulmana, constituindo o último reduto do sistema de defesa da Cidade Velha de Faro (a chamada "Vila-Adentro"). Em finais do século XIX, tendo o castelo perdido a sua função militar, foi arrendado a uma empresa privada, que o converteu numa fábrica de alcool. Em 1931 instalou-se aqui uma fábrica da Companhia Produtora de Malte e Cerveja Portugália, tendo o edificio sofrido várias alterações, entre 1935 e 1940.




Hora de almoço ...




Voltamos ao Largo da Sé para ir comer no restaurante que o Pedro tinha selecionado através de pesquisa na net, o Restaurante "Cidade Velha ". Comida excelente e pessoal muito simpático.




Depois de almoço continuamos a nossa visita...




Paragem para tirar fotografias à Ermida de Nossa Senhora do Pé da Cruz, Edifício do séc. XVII, com alterações posteriores.




O Museu Regional do Algarve, foi fundado em 1963 por Carlos Porfírio. Valiosa colecção de objectos e fotografias da etnografia algarvia, no âmbito de um Centro de Interpretação do Território.




Passamos pelo Teatro Lethes, antigo Colégio da Igreja de Jesus (sécs. XVI/XVIII). Fachada com a habitual sobriedade das edificações jesuíticas. Transformado em teatro em 1845, é um interessante exemplo de uma casa de espectáculos de província dos sécs. XIX/XX.




Antes de regressarmos à Pousada fomos ainda até S. Brás de Alportel. Breve paragem para apreciar a Igreja Matriz de São Brás de Alportel, foi edificada nos princípios do Século XVI, e reconstruida em 1554. Sofreu várias alterações posteriores, tendo sido danificada no Sismo de 1755, e ampliada no Século XIX.




No sábado decidimos ir conhecer um pouco da Ria Formosa, e por isso deslocamo-nos novamente até Faro, estacionando o carro no parque do largo de S. Francisco, seguindo depois pelo caminho ao longo das muralhas até ao cais.




Sempre atento aos promenores o Pedro conseguiu apanhar para a fotografia esta linda borboleta.





Numa esquina do Largo da Sé, o Pedro "quase" parecia um guitarrista ....




Deslocamo-nos ao cais de embarque, junto à  Porta Nova, para fazer uma visita guiada de barco pela Ria Formosa.




Paisagens da Ria Formosa ...







Chegamos à ilha Deserta,  também conhecida por praia da Barreta. Á excepção do restaurante “O Estaminé” e das casinhas de apoio dos pescadores, esta ilha não possuí mais construções. Tem um imenso areal e é uma região bem conservada onde a natureza ainda permanece no seu estado natural. 






Paragem para almoço no “O Estaminé”. Comemos peixe fresco grelhado no carvão, que estava uma autêntica delicia. 




Depois de almoço partimos novamente à descoberta ...








As casas de apoio dos pescadores.




Côr e beleza ...






Aqui reina o silêncio e o sossego, ouvimos apenas o som do mar e o cantar de algum pássaro que voa lá no alto ao sabor do vento ...




Caminhamos tendo o mar e o céu no nosso horizonte ...




Era hora de regressar. Foi um dia diferente e tranquilo que deu para carregar as minhas baterias.




Embora eu em criança já tivesse passado por Faro, nunca a tinha visitado realmente, deu para conhecer um pouco do seu encanto e beleza, mas sendo o fim de semana de Páscoa, os monumentos estavam quase todos fechados, nem as ruínas de Milreu, que eram bem pertinho da pousada, nós conseguimos ver,  iremos certamente voltar.


Poderá ver este post completo no meu blogue de viagens “Viajar é alargar os nossos Horizontes” em: Divagar por Faro
 


Texto explicativo: Wikipedia
Fotos: Pessoais

7 comentários:

  1. Conheço bem Faro. Ou assim pensava antes de ler e ver as suas belas fotos.
    Quanto por lá passar na próxima vez, pretendo revisitá-la e deixar-me encantar por ela tal como a Maria a viu.
    Gostei imenso.

    ResponderEliminar
  2. Que passeio fantástico, Maria! E que companheiro maravilhoso de viagem é o Pedro, sempre sorridente, a escolher restaurantes e a fotografar!
    Fotos de Portugal sempre me fazem bem e mal ao mesmo tempo... eu sempre tenho desejo de regressar!
    Abraço!

    ResponderEliminar
  3. Que espaço lindo onde passaram a Páscoa.
    Não conheço e, talvez por isso mesmo, adorei a visita guiada.
    Belíssimas fotos.
    Beijo.
    isa.

    ResponderEliminar
  4. QUE BELA REPORTAGEM MARIA!!!

    FOI UM DIA EM CHEIO APESAR DE CINZENTO FOI UM PASSEIO E TANTOS!!!

    PORTUGAL É LINDO!!!

    1 BEIJO LÍDIA

    ResponderEliminar
  5. Belíssima reportagem.
    Obrigada,querida Maria.

    ResponderEliminar
  6. Bela caminhada minha amiga.Com tanto descoberto e ainda para descobrir a fé solidifica-se.Um beijinho e uma boa semana.Adorei a borboleta fotografada pelo Pedro.

    ResponderEliminar
  7. Bom dia, querida Maria!
    Passeei muito por aqui hoje pois pretendo estar lá no final de semana de Setembro segundo... Estou encantada!
    Bjm muito fraterno

    ResponderEliminar

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

Topo