Foto: (Desconheço autoria)
Qual tem a borboleta por costume,
Que, enlevada na luz da acesa vela,
Dando vai voltas mil, até que nela
Se queima agora, agore se consume,
Tal eu correndo vou ao vivo lume
Desses olhos gentis, Aónia bela;
E abraso-me por mais que com cautela
Livrar-me a parte racional presume.
Conheço o muito a que se atreve a vista,
O quanto se levanta o pensamento,
O como vou morrendo claramente;
Porém, não quer Amor que lhe resista,
Nem a minha alma o quer; que em tal tormento,
Qual em glória maior, está contente.
Luis Vaz Camões
O nosso orgulho...
ResponderEliminarBFS
Beijo
Correndo o risco de ser considerada hereje, Camões não é dos poetas que mais aprecio.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana
Bonita borboleta e bonito poema.
ResponderEliminarAbr
Um poema esfuziante desse que é o ícone maior da literatura portuguesa.
ResponderEliminarUm abraço amiga, um beijo em teu coração.