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17/02/2011

As tuas mãos - Poema de Pablo Neruda




Quando tuas mãos saem,
amada, para as minhas,
o que me trazem voando?
Por que se detiveram
em minha boca, súbitas,
e por que as reconheço
como se outrora então
as tivesse tocado,
como se antes de ser
houvessem percorrido
minha fronte e a cintura?

Sua maciez chegava
voando por sobre o tempo,
sobre o mar, sobre o fumo,
e sobre a primavera,
e quando colocaste
tuas mãos em meu peito,
reconheci essas asas
de paloma dourada,
reconheci essa argila
e a cor suave do trigo.

A minha vida toda
eu andei procurando-as.
Subi muitas escadas,
cruzei os recifes,
os trens me transportaram,
as águas me trouxeram,
e na pele das uvas
achei que te tocava.
De repente a madeira
me trouxe o teu contacto,
a amêndoa me anunciava
suavidades secretas,
até que as tuas mãos
envolveram meu peito
e ali como duas asas
repousaram da viagem.

Pablo Neruda



8 comentários:

  1. Muito lindo esse poema, parabéns pela feliz escolha, beijos.

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  2. Maravilhoso sempre o Neruda! Um lindo dia pra ti!beijos,chica

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  3. Maria Querida
    Eu sou fã dos poemas de Pablo Neruda este é um dos que gosto muito, mas tu consegues lhe dar ainda mais beleza com esta magnifica imagem. Parabéns.
    Beijinho Maria

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  4. amo Pablo Neruda e este é um dos meus preferidos..
    linda escolha!
    beijo.

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  5. Hola Maria,

    me encantan los poemas de Neruda.
    Gracias por compartirlos.

    Te dejo saludos argentinos,

    Sergio.

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  6. Maria que poema lindo Pablo Neruda é tudo de bom
    adorei conhecer seu b log,vou seguir, espero que venha fazer-me uma visita no meu cantinho tenho dois blogs,(aosolhosdaalma.blogspot.com)
    (mentoresdeluz.blogspot.com)
    com carinho um abraço marlene

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  7. Lindíssima escolha Maria, a gente sai com gosto de quero mais. Bjs.

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  8. Maria !!!!!!!!!!! Vim agradecer sua visita no SENTIMENTOS ! Adorei seu comentário !
    E ainda chego aqui e vejo essa postagem tão linda !
    Adoro Pablo Neruda !!!!!!!!!

    Beijo

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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