22/08/2017

Tudo em Vão - Poema de Alvina Nunes Tzovenos





Galopei pelos sonhos da noite e lá
enchi de ilusões trigais
todas as minhas taças
de compreensão, doação
mas depois
esfacelando-me como cristais
viu seu pó dissolver-se ao vento
sem indagações nem respostas.
Voltei só
com o peito apertado
como se volta de uma guerra
sem vitórias, sem medalhas.

Recompus-me só
como ave ferida.
Ergui meus gastos pedestais
sorvi o beijo das auroras claras
e lancei-me aos horizontes verdes
convidativo às caminhadas.

E continuei novamente
a sorrir dentro da noite.

Alvina Nunes Tzovenos
In: Palavras ao Tempo




5 comentários:

  1. Olá Maria, que poema gostoso de se ler, onde há esperança há feliz retorno embora com o peito dorido, ótima escolha do post.
    Bjinho de boa noite

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  2. Olá Maria! Passando para apreciar este belo poema da Alvina Nunes, fruto das tuas acertadas escolhas. Parabéns!

    Beijos e uma ótima semana para ti e para os teus.

    Furtado

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  3. Oi, Maria!

    Lindo poema!
    O sonho, a queda, o recomeço!

    Boa semana!
    Beijos! =)

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  4. Maria
    Mais um belo poema a mostrar a tua sensibilidade. Por vezes, é a própria é a própria poesia a unir, mesmo que, apenas a interpretá-la.
    Beijos

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

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