14/03/2017

Serenata para Verlaine - Poema de Cecília Meireles




Trago-te o luar e as folhas secas
e os violinos do outono
e as mãos azuis das águas frescas
às varandas do sono.


Trago-te as estatuas e a dança
das mascaras antigas
e os fluidos pés e a voz escassa
das amadas amigas.


Trago-te a estrela, a rosa, o cisne 
e a etérea balaustrada
em que brandamente se incline
tua alma deslembrada.


Trago-te parques de tão longe 
com rouxinóis nos ramos.
Lerás nos troncos: “Até Hoje,
ó Verlaine, te amamos”.


Trago-te a flor contra o pecado
e  contra o sofrimento.
Com seus perfumes te engrinaldo,
entre fitas de vento. 



Cecília Meireles

11 comentários:

  1. Trago-te a flor contra o pecado
    e contra o sofrimento.
    Maravilha.
    Obrigada.
    Um abraço

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  2. Excelente. Maravilhosa escolha! Amei

    Beijinhos

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  3. Bom dia , poema maravilhoso....lhe trago muita paz para seu dia! bjssss

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  4. Linda partilha, a grande mestra da poesia a nos
    encantar sempre!...
    Uma semana luminosa para ti, querida Maria.
    Beijinhos.

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  5. Querida Amiga, Maria Rodrigues !
    Que bela postagem, de Cecília Meireles,
    colocas diante dos meus olhos, agora embaçados
    pela emoção da ternura...
    Muito agradecido, com um fraterno abraço aqui
    do meu Brasil !
    Sinval.

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  6. Lindo poema da maravilhosa Cecília Meireles.
    Um abraço.
    Élys

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  7. Cecilia sempre trás levezas e belezas.
    lindo poema.
    Beijos
    Bandys

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  8. Maria, belas estrofes de Cecília Meireles, aqui publicas.
    Deixo um forte abraço, um beijinho e uma boa noite.

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  9. Sempre maravilhoso descobrir mais um pouco da vasta obra de Cecília...
    Adorei! Beijinhos
    Ana

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  10. Boa tarde amiga Maria, Obrigada pela sua visita e pelo seu beijinho.
    É sempre um prazer vir aqui Divagar neste lindo lugar...maravilhosa poesia!
    Volte sempre.
    Luísa Fernandes

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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