04/11/2016

Violoncelo - Poema de Camilo Pessanha





Chorai arcadas
Do violoncelo!
Convulsionadas,
Pontes aladas
De pesadelo... 


De que esvoaçam,
Brancos, os arcos...
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos. 


Fundas, soluçam
Caudais de choro...
Que ruínas, (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!... 


Trêmulos astros,
Soidões lacustres...
_ Lemes e mastros...
E os alabastros 

 Dos balaústres! 

Urnas quebradas!
Blocos de gelo...
_ Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.


Camilo Pessanha


4 comentários:

  1. Lindo poema. Como sempre, boa escolha.

    Obrigada, beijo e bom fim de semana

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  2. Poema clássico. Bonito. Abraços, Maria.

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  3. Um poema arrebatador... e que desconhecia...
    Como habitual, mais uma excelente escolha, por aqui!
    Beijinhos
    Ana

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

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