23/11/2016

Canto dos Espíritos sobre as Águas





A alma do homem
É como a água:
Do céu vem,
Ao céu sobe,
E de novo tem
Que descer à terra,
Em mudança eterna.

Corre do alto
Rochedo a pino
O veio puro,
Então em belo
Pó de ondas de névoa
Desce à rocha lisa,
E acolhido de manso
Vai, tudo velando,
Em baixo murmúrio,
Lá para as profundas.

Erguem-se penhascos
De encontro à queda,
— Vai, espúmando em raiva,
Degrau em degrau
Para o abismo.

No leito baixo
Desliza ao longo do vale relvado,
E no lago manso
Pascem seu rosto
Os astros todos.

Vento é da vaga
O belo amante;
Vento mistura do fundo ao cimo
Ondas espumantes.

Alma do Homem,
És bem como a água!
Destino do homem,
És bem como o vento!


Johann Wolfgang von Goethe, in "Poemas"
Tradução de Paulo Quintela




8 comentários:

  1. Obrigada pela partilha. Não conhecia. Gostei.
    Um abraço

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  2. Poema perfeitamente bem escolhido. Amei


    Beijos
    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  3. Uma incógnita a alma do Homem!
    Não conhecia...bj

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  4. Bela analogia poética sobre a alma do homem. Adorei te ler nesta tarde nublada.
    Parabéns pela linda inspiração.
    .
    Te convido a fazer parte de Casa dos Poetas e da Poesia
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    Se assim quiseres. Beijos

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  5. Boa noite Maria,
    Um poema muito bonito de um autor que não conhecia.
    Obrigada por tê-lo partilhado.
    Beijinhos,
    Ailime

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  6. Essa é que mesmo verdade,
    ninguém se consegue libertar
    mesmo que não tenha vontade
    com o destino tem que viajar!

    Boa noite amiga Maria, um abraço,
    Eduardo.

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  7. Uma mensagem belíssima.
    Tenha uma boa noite.

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  8. Muito bonito !Gostei imenso,beijinhos

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