31/03/2016

Praia - Poema de Agostinho da Silva




Minha praia ardorosa e solitária
aberta ao grande vento e ao largo mar
tu me viste querer-lhe com a doce
piedade das sombras do luar

teus cabos se adiantam como braços
para abraçar as ninfas receosas
que fugindo oferecem sobre as vagas
suas nítidas formas amorosas

braços paralisados por desejo
que o mundo e sua lei não permitiu
ou suspendeu amor que livre jogo
maior que posse em fugaz tempo viu

e como vós me alongo e como tu
areia me ofereço a toda sorte
por sua liberdade ou por destino
que por só dela seja belo e forte.


Agostinho da Silva, in 'Poemas'


6 comentários:

  1. Poesia linda! Profundos verso s!bjs chica

    ResponderEliminar
  2. Olá amiga, adorei o poema que é linda. Adoro a praia o mar. Beijos com carinho

    ResponderEliminar
  3. Maravilhosa escolha! parabéns, gostei muito.

    Beijo e um excelente dia

    Coisas de Uma Vida 172

    ResponderEliminar
  4. Bom dia Querida Maria Rodrigues.
    Que belo poema, divino e a imagem igualmente bela. Um feliz final de semana amiga, com grandes alegrias. Enorme abraço.

    ResponderEliminar
  5. Boa noite Maria,
    Que belo poema de Agostinho da Silva.
    Conheço mal ou alias não conheço a sua poesia, mas vou tentar ler mais poemas deste ilustre filosofo português (também poeta).
    Beijinhos,
    Ailume

    ResponderEliminar

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

Topo