30/05/2012

O Pintor Hans Dahl




Hans Dahl é um dos pintores Noruegueses mais conhecidos, sendo famoso pelas suas pinturas dos fiordes noruegueses e paisagens circundantes.




As suas cores vibrantes e os retratos de encantadoras meninas norueguesas nos seus trajes nacionais encantavam e eram muito apreciados.



Nasceu a 19 de fevereiro de 1849 na aldeia de Granvin, no Hardangerfjord, no condado de Hordaland, na Noruega, que nessa altura fazia parte da Suécia.

Desde os 16 anos que o seu talento era evidente, no entanto teve de ser adiado devido a Dahl ter ido cumprir serviço militar no exército sueco. Serviu na Brigada Bergenske até 1874.





Depois de deixar o exército, estagiou com Johan Fredrik Eckersberg e Bergslien Knud. Começou os seus estudos em Karlsruhe onde estudou com Hans Fredrik Gude e Riefstahl Wilhelm.

Desloca-se mais tarde para Düsseldorf, onde teve como professores Eduard von Gebhardt e Wilhelm Sohn.





Dahl teve sua primeira exposição em Düsseldorf, em 1876. O pintor viveu em Düsseldorf até 1888, altura em que se mudou para Berlim.




Quase todos os seus verões, eram passados na Noruega. Em 1893 mandou construir a sua residência de verão à empresa de Jacob Digre em Trondheim.




Escolheu como local as margens do Sognefjord em Balestrand, no condado de Sogn og Fjordane, tendo a sua casa um projeto similar à do pintor norueguês Adelsteen Normann que se tinha estabelecido em Balestrand no ano de 1891.




Entre 1888 e 1919, Dahl viveu principalmente em Berlin-Wilmersdorf, passando apenas o verão em Balestrand.




Depois de 1919, Dahl deixou de viajar para Berlim e passou a residir permanentemente em Balestrand.

O Imperador alemão, o Kaiser Guilherme II, tornou-se um dos patronos Dahl, concedendo-lhe o cargo de professor em 1910, e visitando-o em Balestrand vários verões consecutivos.




Dahl resistiu à transição na arte do Romantismo para o Modernismo. Na década de 1890 surgiu uma nova escola de arte, e artistas como Dahl deixaram de ser populares nos círculos dirigentes do capital.

Foi particularmente criticado pelo historiador de arte Jens Thiis e pelos seus colegas artistas, especialmente por Christian Krohg, que era uma das figuras principais na transição do romantismo para o naturalismo, que caracteriza a arte norueguesa nesse período.




Em 1902, Dahl foi nomeado Cavaleiro da Ordem Real Norueguesa de Santo Olavo, 1 ª classe.

Hans Dahl foi casado com Helene Bewer, filha do pintor alemão Clemens Bewer (1820-1884). O filho de ambos foi o pintor norueguês Hans Andreas Dahl (1881-1919), que morreu de tuberculose aos 37 anos de idade.





O pintor Hans Dahl morreu em Balestrand em Sogn Fjordane a 27 de julho de 1937. A sua sepultura está localizada no adro da igreja de Tjugum (Tjugum kyrkje).

Fotos e Fontes: Wikipedia; outros



"A finalidade da arte é dar corpo à essência secreta das coisas, não é copiar sua aparência." (Aristóteles)
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28/05/2012

Passeio na Quinta da Regaleira



No dia 25 de Maio houve um "Day Out" da empresa onde trabalho, ou seja, um dia em que saímos dos nossos locais de trabalho habituais e passamos o dia fora da empresa, confraternizando com todos os colegas do departamento, já que não trabalhamos todos no mesmo sitio. É sempre um dia muito agradável. Este ano foi escolhido um local que embora já conhecesse, é sempre um prazer imenso voltar a rever, fomos visitar a Quinta da Regaleira em Sintra.




Um local de extraordinária beleza, a Quinta da Regaleira envolve-nos com a sua exuberante vegetação, e leva-nos numa viagem temporal através da sua história, onde a religião, o misticismo e a arte nos acompanham continuamente.

Fica situada na encosta da serra, a escassa distância do Centro Histórico de Sintra, considerado Património Mundial pela UNESCO.




Entre 1697 e 1817 a quinta foi vendida e comprada por diversas vezes, passando a designar-se por Quinta da Torre. Foi adquirida pela Baronesa da Regaleira em 1840, e passou então a ser conhecida como Quinta da Torre da Regaleira. Vendida em hasta pública em 1893, é rematada pelo Dr. António Augusto de Carvalho Monteiro, o Monteiro dos Milhões (alcunha que o popularizou), filho de pais portugueses nascido no Rio de Janeiro em 1848.




O Palácio e a Quinta da Regaleira nascem no início do século XX, da imaginação de António Augusto Carvalho Monteiro, e do arquitecto italiano Luigi Manini responsável pelo projecto do palácio e de muitos outros elementos espalhados pela quinta.

Em 1949 a quinta foi vendida a Waldemar d'Orey que procedeu a grandes obras de modo a acolher a sua numerosa família. Em 1988 é adquirida pela empresa japonesa Aoki Corporation e deixa de servir como habitação, sendo entregue ao cuidado de caseiros e permanecendo fechada ao público. A Câmara Municipal de Sintra adquiriu em 1997 este extraordinário património.




A quinta e o palácio estão rodeados de luxuriantes jardins, lagos, grutas e construções enigmáticas, lugares estes que ocultam significados alquímicos, como os evocados pela Maçonaria, Templários e Rosa-cruz. É um espaço que evoca a arquitectura românica, gótica, renascentista e manuelina.




Aqui se encontram referências à Mitologia, ao Olimpo, a Virgílio, a Dante, a Miltom, a Camões, a grandes místicos e taumaturgos, aos enigmas da Arte Real. Cada recanto do jardim é um local especial, romântico e que foi projectado com extrema minúcia.




O nosso percurso começou pelo Patamar dos Deuses, alameda marcada pelo alinhamento ao longo do caminho de estátuas de divindades clássicas, figurando Fortuna, Orfeu, Vénus, Flora, Ceres, Pã, Dionísio, Vulcano e Hermes. Também na alameda se encontra a estátua de um leão datada da época em que a Quinta pertencia à Baronesa da Regaleira, representando o sol, o que equivale na Alquimia ao Ouro.




Segue-se pelo interior dos jardins e à medida que vamos subindo, a vegetação começa a tornar-se mais densa e selvagem, aqui e acolá vamos sendo surpreendidos com recantos simplesmente encantadores.




Passamos pelo Banco 515, um banco esculpido em mármore de lioz, ao centro do qual se encontra a estátua de Beatriz (da Divina Comédia de Dante) com um facho nas mãos e nas pontas. De cada um dos lados do banco, estão em posição de vigília, dois galgos.




Parámos para apreciar a Fonte da abundância. Por cima da fonte encontra-se uma concha incrustada, com o desenho de uma balança que representa um tribunal.




Em frente à Fonte da Abundância há um espaço de reunião onde se encontra um grande banco disposto em semicírculo, com um trono no meio e em frente um enorme altar.




Os jardins da Regaleira são construídos sobre socalcos e constituídos por uma mistura de plantas e árvores, trazidas das mais variadas partes do globo, que foram integradas de forma harmoniosa com a vegetação autóctone.




Ao subirmos, deparamos do lado esquerdo, perfeitamente integrada na natureza, uma antiga chaminé incineradora, antigamente usada para queimar as ervas daninhas e outro tipo de lixo.




Chegamos ao Portal dos Guardiães, uma estrutura com dois torreões laterais e um minarete central, sob o qual se dissimula uma das entradas do Poço Iniciático.

Ao centro dois tritões guardam a entrada do Poço.




Em frente do Portal dos Guardiões encontra-se o Terraço dos Mundos Celestes, um espaço amplo e que serviu de teatro ao ar livre. No lado esquerdo fica a Torre do Zigurate.




A nossa caminhada continua e ao subirmos podemos apreciar com mais detalhe o minarete central do Portal dos Guardiões.




Um pouco mais à frente encontramos o Poço Imperfeito, um poço com cerca de 9 metros de profundidade, formado por pedras intercaladas, sendo possivel visualizar o seu fundo.




Continuamos o nosso caminho, sempre através de uma vegetação exuberante e maravilhosa onde os caminhos se vão cruzando e seguindo diferentes direções pelo meio da natureza.




Chegamos a um aglomerado de pedras que escondia uma entrada bem disfarçada, para um dos locais mais emblemáticos da quinta, O Poço Iniciático, uma torre invertida que mergulha cerca de 27 metros nas profundezas da terra. O acesso é através de uma monumental escadaria em espiral, com nove patamares que se vão descendo de quinze em quinze degraus, num percurso iniciático de descida ao abismo da terra.





No fundo, gravada em embutidos de mármore, sobressai uma cruz templária, aliada a uma estrela de oito pontas, o emblema heráldico de Carvalho Monteiro e simultaneamente, indicativo da Ordem Rosa-cruz. O poço está ligado a outros pontos da quinta através de galerias ou túneis, como a já referida no Portal dos Deuses, o lago da cascata e o Poço Imperfeito. Há que atravessar a escuridão seguindo por galerias artificiais subterrâneas...




que nos vão depois conduzir à luz, ao renascer, e aí esperam-nos a água, fonte de vida a cair em cascatas e caminhos de pedra que parecem flutuar à superfície do lago.




Continuamos o nosso percurso para fazer uma paragem junto à Torre da Regaleira .





Do cimo da Torre pode apreciar-se a belissima paisagem envolvente e se o tempo o permitir, lá bem no alto da montanha avista-se o Palácio Nacional da Pena.

Começamos a descer e paramos para apreciar a Gruta de Leda. É uma gruta em forma ogival, onde se encontra a estátua de uma mulher que segura uma pomba na mão, acompanhada de um cisne.




A visita continua e avistamos no meio do arvoredo a lindissima Torre da Capela da Santíssima Trindade.




A Capela da Santíssima Trindade tem uma magnífica fachada neomanuelina, estando nela representados Santa Teresa d'Ávila e Santo António.




No meio, a encimar a entrada está representado o Mistério da Anunciação - o anjo Gabriel desce à terra para dizer a Maria que ela vai ter um filho do Senhor - e Deus Pai entronizado.




No altar-mor vê-se Jesus a coroar uma mulher.




Do lado esquerdo da altar encontra-se um magnífico vitral com a representação do milagre de Nossa Senhora da Nazaré a D. Fuas Roupinho.




O seu simbolismo alude ainda à Ordem de Cristo, herdeira da missão Templária. A cripta tem um acesso subterrâneo com ligação ao Palácio. A cruz templária no fundo do poço iniciático, a cruz da Ordem de Cristo no pavimento da Capela, bem como todas as outras cruzes dispostas na Capela, testemunham a influência do templarismo no ideário sincrético de Carvalho Monteiro.




A paragem final foi no Palácio da Regaleira, o nome mais comum da Quinta da Regaleira e também designado por Palácio do Monteiro dos Milhões.




O edifício principal da quinta é uma obra de arte intemporal. A fachada está ligada por cordas, nós, laçadas e frisos, num manifesto recurso aos elementos típicos do estilo Manuelino. A arte gótica também está presente e podemos apreciar uma sucessão de capitéis, gárgulas e pináculos ogivais.




Entramos pela Sala de caça.




No Interior do palácio práticamente não existe mobiliario, mas continua a existir um encanto e beleza muito especial.




Destaca-se a Sala dos Reis que contêm ilustrações dos reis mais importantes para Carvalho Monteiro e uma Edição de bolso dos Lusíadas.




Embora os jardins da quinta tivessem ainda muito mais para ver e apreciar, o nosso tempo estava a chegar ao fim e a nossa visita estava terminada.




A Quinta da Regaleira é um local muito especial, com encanto, beleza, magia e mistério, numa simbiose perfeita entre a natureza e a arte.

VALE A PENA VISITAR!

Fontes: "www.visitportugal.com"; "www.cm-sintra.pt"; "wikipedia"; http://www.historiadeportugal.info/quinta-da-regaleira/; http://www.maconaria.net/; http://www.regaleira.pt/; http://www.rotas.xl.pt/; outros.

Fotos: Pessoais




Poderá ver este post completo no meu blogue de viagens “Viajar é alargar os nossos Horizontes” em: Passeio na Quinta da Regaleira


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