03/11/2011

Castelã da Tristeza - Poema de Florbela Espanca




Altiva e couraçada de desdém,
Vivo sozinha em meu castelo: a Dor!
Passa por ele a luz de todo o amor ...
E nunca em meu castelo entrou alguém!

Castelã da Tristeza, vês? ... A quem? ...
– E o meu olhar é interrogador –
Perscruto, ao longe, as sombras do sol-pôr ...
Chora o silêncio ... nada ... ninguém vem ...

Castelã da Tristeza, porque choras
Lendo, toda de branco, um livro de horas,
À sombra rendilhada dos vitrais? ...

À noite, debruçada, plas ameias,
Porque rezas baixinho? ... Porque anseias? ...
Que sonho afagam tuas mãos reais? ...

Florbela Espanca



10 comentários:

  1. Olá, Maria

    Adorei este poema de Florbela Espanca, tão romântico, posicionado num tempo em que tudo é levado ao extremo como só ela sabe ser.

    Beijo

    Olinda

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  2. Belo dia florido prá ti!
    Folhas de Outono chega para matar saudades !
    Saudades de tuas escritas e de vc tbm.
    Florbela Espanca sempre nos deixa belissimas mensagens...
    bjs

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  3. Hermoso poema María, el amor a veces nos acerca al castillo de dolor.
    un abrazo.

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  4. Olá amiga, belo demais este lindo soneto da Florbela Espanca. Tudo o que esta poetisa escreveu tem o condão de nos deixar à sombra da nostalgia. Adorei. Beijos com carinho

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  5. Lindo poema,Maria! um beijo,tudo de bom,chica

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  6. Florbela Espanca sempre encante...Parabéns pelo post e o belíssimo blog!

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  7. Olá, querida
    O sonho que afaga a minha mão real vem cotidianamente pela consciência reta e o amor doado...
    Bjm de paz

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  8. Que romântico poema para ser lido numa tarde triste de Outono!
    Bjs

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  9. Em Florbela Espanca a dor, dói menos pelo poder da arte na construção poética.

    É admirável esta escrita sujeita a tantas regras de rima e métrica e ainda assim tão expressiva e completa.

    Um beijo

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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