04/08/2011

Árvores do Alentejo




Horas mortas... Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido... e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!

E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!

Florbela Espanca



7 comentários:

  1. Mais um lindo poema da Florbela leio aqui ilustrado por linda imagem.Parabéns,beijos.

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  2. Muit lindo poema e imagem!beijos,chica

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  3. Florbela, sempre Florbela, nos encantando, aqui, e ai, bju terê.

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  4. Maria querida
    Excelente!!! Como sempre as tuas escolhas são divinais. Muito obrigado por tanto carinho.
    Beijinho

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  5. Prezada amiga
    Hoje vim lhe agradecer pela sua linda e carinhosa presença lá no meu cantinho, através de um simples selinho, 300 seguidores , feito com muito carinho.
    Agradeço-lhe de todo o coração!
    Abraço amigo!
    Maria Alice

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  6. oi Maria,

    Florbela é encantadora,
    descreve sentimentos lindamente...
    bela postagem!

    beijinhos

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  7. Olá, Maria

    Florbela Espanca, sempre! Com alma e paixão como só ela!O seu coração sedento de afecto comparado à secura das árvores do seu Alentejo...

    Beijos

    Olinda

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

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