12/08/2010

Convento de Cristo em Tomar

O nosso país tem belíssimos monumentos, cidades maravilhosas e paisagens sublimes que merecem ser visitadas e admiradas, mas como nem sempre é possível viajar, pelo menos podemos apreciar em fotografia, alguns desses locais espectaculares e que foram considerados pela "UNESCO" como “Património da Humanidade”.

Património português classificado pela UNESCO como Património da Humanidade:

Hoje vou apresentar: o Convento Cristo, Tomar, classificado como património da humanidade pela UNESCO desde 1983.


O Convento de Cristo, em Tomar, foi fundado em 1162 pelo Grão-Mestre dos Templários, Dom Gualdim Pais. Começou com a construção do Castelo Templário em 1160, em simultâneo com a edificação da Charola jóia de arquitectura sacra (inspirada no Santo Sepulcro de Jerusalém), oratório Templário, terminado no final do século XII.




É um dos principais monumentos da arquitectura nacional do séc. XII, que pertenceu à Ordem do Templo que foi extinta em 1312, mas os seus bens e, em parte, a sua vocação, foram transmitidos, em Portugal, à Ordem de Cristo, criada em 1319. Sob os auspícios de D. Dinis é, então, fundada a "Ordem dos Cavaleiros de Cristo", a qual foi durante quatro anos negociada pelo monarca com a Santa Sé, e veio a integrar pessoas e bens da extinta Ordem do Templo.




É com a Ordem de Cristo que a nação portuguesa se abre para a empresa das descobertas marítimas do séc. XV. Tomar é, então, sede da Ordem, e o Infante D. Henrique o seu Mestre. Com a expansão da fé cristã e do reino, também a sede da Ordem de Cristo cresce.




Durante o governo do infante D. Henrique foram construídos dois claustros góticos no Convento.




D. Manuel, Rei e Governador da Ordem de Cristo, beneficiando das riquezas de além-mar, que o início do século XVI ocasiona, transforma o Convento de Tomar com novas construções e inicia um discurso decorativo que celebra a mística da Ordem de Cristo e da Coroa Portuguesa numa grandiosa alegoria de poder, fé e glória. A igreja templária é prolongada para Ocidente por uma construção que serviria o Capítulo da Ordem.




Profusamente impregnada pela simbólica dos Cavaleiros de Cristo, esta construção aloja na sua fachada ocidental a famosa Janela da Sala do Capítulo, de Diogo de Arruda (cerca de 1510) e o mais conhecido exemplo de arquitectura manuelina. Como numa revelação, toda a mística da Epopeia se desvenda na pedra: ondas, cordas, animais fantásticos, anjos, reis, esferas armilares, a cruz de Cristo.




Mais tarde, D. João III pretende fazer profundas mudanças na Ordem, alterando as suas Regras e transformando os Cavaleiros em monges contemplativos; é a partir deste reinado que se iniciam importantes trabalhos de ampliação do Convento, transformando-o numa sumptuosa obra de arquitectura, mais tarde rematada com o magnífico Aqueduto dos Pegões, que Filipe II de Espanha manda edificar.



Esses trabalhos vão continuar através de vários reinados, até ao século XVIII, deixando marcas de diversas tendências artísticas.

O Convento de Cristo encerra no seu conjunto arquitectónico testemunhos da arte do Românico, templária, do Gótico e do Manuelino, ao tempo das Descobertas, do Renascimento joanino, do Maneirismo, nas suas várias facetas e, por fim, do Barroco, presente em vária ornamentação arquitectónica.




O núcleo do mosteiro é a Charola, é o centro do conjunto de edificações, culminando-as visualmente. A norte e a este estão a Sacristia, os claustros do Cemitério e da Lavagem (onde se procedia aos  trabalhos de limpeza e manutenção das roupas dos monges), as ruínas dos Paços, as Enfermarias e ainda a Sala dos Cavaleiros e a Botica.




É composta por vários Claustros como o Claustro de D. João III, Claustro das Lavagens, Claustro de D. Henrique, Claustro de Stª Bárbara, Claustro da Micha (onde se distribuía alimento aos pobres), Claustro das Hospedarias (onde o convento albergava os seus convidados ou os caminheiros em viagem) , Claustro dos Corvos e Claustro do Cemitério.


 


Do Claustro de Stª Bárbara para chegar ao Claustro dos Corvos passa-se pelos velhos açougue, cozinha, forno, casa de lenha e refeitório, este é rectangular, com abóbada de berço com nervuras formando caixotões quadrados. 





Iniciado nos anos 50 do século XVI, provavelmente por Diogo de Torralva, o Grande Claustro reflecte a paixão de D. João III pela arte italiana.




Escadas em espiral ocultas nos cantos conduzem ao Terraço da Cera.




O Convento de Cristo ainda tem uma área de floresta e cultivo de plantas conhecida por Mata dos Sete Montes.




Os séculos e a história de Portugal deixaram, na arquitectura do Convento, testemunhos do tempo e dos homens que lideraram os destinos de Portugal. É um monumento grandioso que encerra inúmeras maravilhas, um local sagrado onde a mística e a simbologia templária estão presentes em cada recanto, um monumento que merece sem sombra de duvida uma visita.




Fontes: http://www.culturaonline.pt/; Wikipedia: http://www.ippar.pt/; www.turismodeportugal.pt; http://tomar-actual.net/; http://www.visitportugal.com/

Fotos: Pessoais


"Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro." (Albert Camus)

6 comentários:

  1. Maria querida, que beleza de arquitetura, sentimos realizados em ver coisas tão belas só temo de te agradecer, um dia boderemos velas pessoalmente, nada é impossivel, ja sabemos ondem encontralas, gaças a vc amiga. um abraço carinhoso. Celina.

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  2. Olá Maria: Eu conheço o convento de Cristo em tomar porque passei algum tempo no Entroncamento e fui várias vezes a tomar e visito o convento mas é um lindo roteiro turistico para quem não conhece.
    Um Beijo
    Santa Cruz

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  3. Querida amiga, quantos tesouros maravilhosos Portugal guarda...Lindas fotos...Beijocas

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  4. Maria querida que lindo...estilo arquitetônico fantástico...adorei...
    Beijos...
    Valéria

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  5. Viajei sem sair daqui...Obrigada pela riqueza de detalhes. Bjs.

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  6. Ola Maria.. Gostei imenso.. Mas que belo Convento que temos...

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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