06/12/2009

Memórias de uma Noite de Tempestade




Era final de Outono, o dia tinha estado muito encoberto e a prometer chuva, que começou a cair no final da tarde.

Durante a noite a chuva e o vento acordaram-me, chovia intensamente e como sempre estavam a cair goteiras por toda a casa. Era uma casa humilde numa Vila com 6 moradores de um lado e 6 do outro. No inicio das chuvas era sempre assim, ou as folhas entupiam as caleiras ou os gatos na sua correria pelos telhados, deslocavam as telhas e a chuva acabava por entrar em pequenas goteiras.

O vento era muito forte e a minha grande preocupação era para com as minhas flores, que estavam em vasos do lado de fora da casa.

Levantei-me, vesti a capa de plástico da mãe, calcei umas botas e em silêncio para os meus pais não acordarem, abri suavemente a porta, era uma noite terrível o vento e a chuva pareciam querer levar tudo pelo ar.

Saí cá para fora e comecei a transportar os vasos para dentro de casa, alguns eram grandes e era necessário empurrá-los, pois com os meus 7 anos as forças não eram ainda muitas, mas não havia nada que pudesse impedir-me de salvar as minhas flores do temporal.

Quando todos os vasos estavam a salvo, fechei cuidadosamente a porta, limpei-me e fui-me deitar feliz por saber que as flores estavam resguardadas.

De manhã, quando a minha mãe acordou, ficou admiradíssima de ver todos os vasos dentro de casa, ela sabia como eu gostava das plantas e compreendeu imediatamente o que se tinha acontecido na noite anterior, eu tinha protegido as minhas flores do temporal.





"Flores são as coisas mais doces que Deus fez, e esqueceu de pôr uma alma nelas." (Henry Beecher)

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